sábado, novembro 19, 2011

As Estratégias da Imagem


Nos últimos meses, talvez como nunca  nos passados anos, ganhou tanta importância, para a afirmação (prestígio, direitos, deveres e créditos das Autonomias, a própria imagem que de si e de nós – por intermédio das nossas instituições, actores e discursos – tem sido transmitida, por acção ou omissão, ao País inteiro.

Desde o famoso e controverso “buraco” da Madeira até aos resíduos (tristes restos, lamentáveis e penalizadores!) da dramática e irresponsável era de Sócrates a quem e à qual quase todo um (ir)reconhecível ou talvez definitivamente estigmatizado PS que (durante anos seguidos, e em peso) se rendeu e que ainda por cá vegeta ou pulula à sombra desnorteante de uma morte eleitoral possível (já anunciada, desejada ou prenunciada por outros, a quem, por seu lado, oxalá também as reservas de virtude, ou a presunção de alternativa credível, não lhes caiam pelo caminho…) –, passando pelas campanhas (quase todas falhadas!) da chamada “promoção” dos Açores e deles como “destino” – fatal e dúbia palavra esta, até nos persistentemente inócuos ou inoperantes esquissos da propaganda de um Turismo de feiras caras e certames duvidosos…

De tudo isso um pouco – dizia – nada nos tem faltado, e o que mais temos visto são enternecedoras encenações da excelência vacum insular nas rotundas da capital, marialvas incursões pelos campos e redondéis da tauromaquia lisboeta e mundial (pois então!), localmente ainda alimentada à mão e à base de expansivos intercâmbios, estatuária icónica de vitalidades perdidas, subsídios generosos para aparatosos eventos e incríveis faenas teóricas em cartazes abusivamente mensageiros de identidades forjadas (legitimadas por quem?), até às últimas da “parada gay” e do mergulho arriscado em terras (águas…) que já foram de baleeiros, de cândidos ecologistas e de cientistas e apaixonados pela Natureza e pela Beleza das nossas Ilhas…

– Só nos falta mesmo a estratégia da representação da vítima inocente ou a do bode expiatório que, até essas, não tardam aí a ser-nos ateadas ou tributadas!

É só esperar para ver…
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▪ Em “Diário Insular”- http://www.diarioinsular.com (Angra do Heroísmo, 19.11.2011)
e http://www.azoresdigital.com/.