sábado, março 10, 2012

As (contra)partidas das Lajes


A história da Base das Lajes – desde a sua instalação e usos pelas forças aéreas inglesas e americanas, e pelas Forças Armadas Portuguesas, desde a já distante época da II Guerra Mundial, passando por alguns nucleares marcos de projeção de força militar e bélica transcontinental, até à presente conjuntura mundial, nacional e regional – tem sido feita de uma série de factos político-militares, diplomáticos, geoestratégicos e aeronáuticos; de múltiplas implicações e variáveis societárias, económicas, laborais e socioculturais, e de variadas narrativas e representações configuradoras de memórias, discursos e imaginários institucionais e pessoais que, no respetivo conjunto único, constituem parte importante da História dos Açores e da História de Portugal, no contexto, naturalmente mais amplo, da História da Europa, das Relações Transatlânticas e da Geopolítica Global do Século XX e início do corrente.


Ora nas últimas semanas a Base das Lajes voltou a estar na ribalta das notícias regionais e nacionais, como é sabido, por causa da pretensamente discreta, cabisbaixa ou sorrateira deslocação de uma delegação ministerial lisboeta aos EUA, ao que parece, entre outras coisas, para começar a discutir (?) alguns dossiers bilaterais relacionados com a continuação da presença norte-americana na ilha Terceira, nomeadamente no que diz respeito às possíveis contrapartidas (a par das pequenas e grandes partidas…) para o nosso País desse estacionamento estrangeiro (conquanto amigo e aliado) em solo insular autónomo mas integrante de Portugal (Nação com soberania própria, apesar de mitigada, e Estado, que se saiba rigorosamente e apesar de tudo, ainda não pária nem falhado, apesar de dependente…).

– E foi assim que assistimos também, sintomaticamente em leituras divergentes, a opiniões sobre a importância e/ou o desinvestimento da relevância geoestratégica, técnico-militar, político-diplomática e económica da Base das Lajes, mormente por relação às ratoeiras do famigerado Acordo de 95 e à redefinição das áreas de hegemonia mundial das potências dominantes, emergentes ou regressivas

Porém, pena é que as mais competentes vozes e instituições açorianas nesta matéria a pouco ou nada, até hoje, tenham sido chamadas, neste baralho de intenções e interesses, camuflagem negocial e prestidigitação de armas e outros proventos…

– E tudo, em grande parte, de novo e infelizmente, por culpa nossa!
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As (contra)partidas) das Lajes:
Em “Diário Insular” Angra do Heroísmo, 10.03.2012),
“Diário dos Açores” (Ponta Delgada, 11.03.2012),
http://www.azoresdigital.com/ler.php?id=2205&tipo=col,
http://tv2.rtp.pt/acores/index.php?article=25807&visual=9&layout=17&tm=41,
e http://sinaisdaescrita.blogspot.com/