sexta-feira, maio 24, 2013


Um País Paranormal


Mais do que aos famosos Pastéis de Belém, saborosos e cremosos produtos da nossa nacional Doçaria, tanto mais apetecíveis quanto mais polvilhados estiverem de Canela…, – coisa também ainda mercantilizável como iguaria de marca eleita pelo ministro da Economia do Governo de Lisboa, a par do castiço frango de churrasco, como factor decisivo para um potencial relançamento pantagruélico das nossas periclitantes transacções comerciais (ou não fora suplementarmente essa Especiaria ainda resquício de antigos condimentos de sonho e grandeza que trouxemos lá do longínquo Ceilão no bojo das míticas naus do Império Português do Oriente e na onda da Primeira Globalização Planetária, para a qual aliás abrimos mares nunca dantes navegados, e terras e gentes sempre cobiçadas por quem as quis e de lá conseguiu retirar o que os Portugueses a tanto não quiseram, não souberam ou não puderam tão cruamente aventurar-se) …

Porém – vinha a dizer –, mais do que à voraz mastigação e deglutição daquelas iguarias de massa e creme belenenses, aquilo a que nos últimos dias mais deliciosamente assistimos, a partir do político e comediante chamatório dos estúdios das TVs, bancas de jornais, cadeirões políticos e carroçarias partidárias de alto estofo, cabedal ou cilindrada (junto ou portas adentro do Pátio e do Palácio presidencial), foi certamente a verdadeira tragicomédia que antecedeu, ocorreu durante e sucedeu ao último Conselho de Estado!



– Na verdade, desde o falario antecipatório e/ou dedutivo dos sempre presumidos espalha-brasas, sofistas ou ficcionais analistas das Redes e OCS que temos, até às mais desbragadas metáforas dos diferentes feirantes e circenses gémeos actuais dos Palma Cavalões de outrora (com as respectivas Cornetas do Diabo…), passando pela retórica oca de caducos politiqueiros e inconscientes institucionais de carreira consolidada, – a tudo isso o País – de rastos, revoltado, angustiado, espoliado, porém submisso, ou simplesmente descrente (até à invocação leviana e vã de Fátima!) – foi assistindo:

Desses sinais, em portas e passos, entre vida e morte (trocadilhos ora em voga numa Nação em pré-coma induzido…), ficaram os Açores quase a ver, e vistos, de longe!

– Todavia, paranormalmente também, para não destoar…
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Em Jornal "Diário dos Açores" (Ponta Delgada, 26.05.2013),
e RTP-Açores:
http://www.rtp.pt/acores/index.php?article=32308&visual=9&layout=17&tm=41
Outra versão em "Diário Insular" (Angra do Heroísmo (25.05.2013).