sexta-feira, julho 18, 2014



UNIVERSIDADE DE VERÃO 2014 DO INSTITUTO AÇORIANO 

DE ESTUDOS EUROPEUS E RELAÇÕES INTERNACIONAIS 







NOTA CONTEXTUAL A PROPÓSITO
DE UM DEBATE NO IAEERI 

1. A notícia publicada pelo jornal “Diário Insular” na sua edição de 17 do corrente elaborou um bom e fiel resumo de todas as três apreciadas Intervenções no último Painel do dia anterior (subordinado ao tema “A diáspora e identidade açorianas: o caminho para realçar o potencial dos Açores?”), integrado no Programa da 1.ª Universidade de Verão promovida pelo Instituto Açoriano de Estudos Europeus e Relações Internacionais (IAEERI).

– No caso da minha Conferência, que não estava previamente escrita na totalidade, fiz uma análise detalhada do conceito de “diáspora” a partir do seu principal paradigma bíblico e histórico (a Diáspora do povo judeu), articulando-o filosófica e sociologicamente com as novas diásporas da Modernidade e do Pós-Modernismo, com chamada "diáspora açoriana" e com a tão debatida problemática da “identidade açoriana”.

2. Depois abordei algumas das questões mais críticas relacionadas com a ligação das nossas comunidades imigradas aos Açores e vice-versa (do ponto de vista comunicacional e informativo, cultural, económico, comercial, turístico, religioso, associativo e político).

– Por outro lado, mais reservadamente do que Reis Leite (que em boa verdade também perspectivou o assunto com prudência...), não defendi tout court  nem sem mais o Voto dos imigrantes e dos não-residentes (o que não é a mais coisa!) nas Eleições Regionais, antes ali implicitamente anuímos e apontámos bem para a complexidade democrática e técnica da questão (conforme de resto tem sido reflectido diversa ou confluentemente, entre outros, também por Álvaro Monjardino), especialmente do ponto de vista da representação e do seu enquadramento político-constitucional, apesar de, por minha parte, concordar porém com ele no que se refere, genérica e especificamente, à existência e valorização de um chamado Povo Açoriano, parte integrante, embora diferenciada, do Povo Português.

3. A questão da "vergonhosa" política de transportes – a que os açorianos em geral (residentes, emigrantes e imigrantes em geral), mas todo e qualquer visitante também, tem estado historicamente sujeitos – foi de facto referida por mim, com bastante veemência (como não podia deixar de ser e no contexto da abordagem efectuada), conforme aliás, para além da leitura académica, pude testemunhar pessoalmente ao referir casos exemplares, pessoalmente presenciados, tanto nos Açores como nos Estados Unidos da América (onde vivi e estudei) e no Canadá (onde já estive por três vezes), e não só relativos à dita política propriamente dita, quanto também ao modo como os nossos imigrantes açorianos são tantas vezes (mal) tratados por serviços aeroportuários, diplomáticos e consulares, e por várias companhias de aviação (incluindo a “nossa” SATA!), o mesmo, ou semelhante, infelizmente, acontecendo também em vários países europeus, com os migrantes portugueses...

– Foi pois neste espírito e com este conteúdo que proferi a referida e aqui citada intervenção, na sequência de muitas outras que tenho feito no mesmo sentido e para defesa dos interesses (direitos e deveres) dos Açores e dos Açorianos onde quer que vivam, trabalhem e lutem por uma vida mais digna e feliz do que aquela que lhes foi negada no seu próprio País e na nossa terra!