sábado, agosto 23, 2014


Sementes de Violência


Como se não bastasse tudo aquilo que a nível internacional nos chega através dos OCS e das Redes Sociais, cada vez com maior intensidade e crescentes contornos de brutalidade, estão as mesmas páginas mediáticas recheadas (de modo não só objectivo, proporcionado e realista, quanto também, amiúde, num empolamento estratégico e/ou apenas comercialmente movido...) de notícias, relatos de confrontos e versões de feiíssimas manifestações de agressividade, crimes atrozes e outras demenciais demonstrações de violência física, psicológica, social, discursiva e simbólica!


O fenómeno não é novo, mas aparece agora projectado e difundido a uma escala nunca dantes atingida e para efeito da qual muito contribui a conjugação de profundas e dilacerantes crises morais, societárias, culturais e civilizacionais com a disseminação massificada de novos sistemas de telecomunicações móveis, transmissão da informação e partilha quase planetariamente instantânea de mensagens verbais, imagens e valores...


– E neste quadro de cruzamentos e sobreposições reais e ficcionais de linguagens, comportamentos e técnicas (e assim, fundamentalmente, de tempos e espaços cognitivos e sensórios, privados e públicos), como é sabido e quotidianamente se revela potenciado a todos os níveis e modos possíveis, desempenham os Telemóveis um papel preponderante, conforme tem vindo a ser estudado também entre nós, v.g. no qualificado âmbito da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica (cujas teses e estudos a Paulus tem ajudado a divulgar, publicando-os).


 O tema tem premência, tanto mais quanto acabámos de assistir a mais uma consumada encenação conflitual (já pré-anunciada para nova réplica de “rolezinho” à portuguesa...) daquela espécie de “mobilização” (verdadeira “convocatória” de mob nas Redes Sociais, em computadores, telemóveis, iphones, ipads, etc.), para um dito “meet” ou meeting (ajuntamento, encontro, reunião) de jovens em diversos locais e centros comerciais de Lisboa!



 – A nada disto será estranho toda uma catastrófica acumulação de explosivas “sementes de violência”, numa análoga linha de filiação e montagem que Evan Hunter e Richard Brooks bem documentaram em 1954/55, como se fosse ontem...



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Em Azores Digital:




















RTP-Açores:
http://tv2.rtp.pt/acores/index.php?article=37270&visual=9&layout=17&tm=41:


e “Diário Insular” (Angra do Heroísmo, 23.08.2014):