sábado, outubro 04, 2014


Os Valores Franciscanos
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Numa bem simbólica e feliz coincidência de calendários litúrgicos, técnico-profissionais e societários, comemoramos hoje, sábado, dia 4 de Outubro, a Memória de S. Francisco, o Dia Mundial do Médico Veterinário e o Dia Mundial dos Animais – data (neste último caso) escolhida em Florença, em 1931, durante uma Convenção de Ecologistas, atendendo ao característico e universalmente consagrado “padroado” do poverello de Assis.


– E é assim que para além do profundo significado e alcance ético e deontológico (que nesse mesmo dia se relembra e deve fazer evocar e traduzir nas práticas do quotidiano eco-sistémico e no desempenho daquela nobre especialidade biomédica), a todos se exorta e convida à renovação (dir-se-ia propriamente trans-física e trans-especista, quando não mesmo metafísica...) da sensibilidade racional e antropológica, da atenção afectuosa, da inteligência compassiva e do cuidado vital que à espécie humana cabe, de e com todos os outros seres e forças da Vida e da Consciência que povoam e co-habitam o planeta Terra...


Todavia, no que a S. Francisco particular e referencialmente respeita – como se dizia no pórtico de uma bela Antologia (organizada por Frei Adelino Pereira) com Testemunhos Contemporâneos das Letras Portuguesas (1182-1982) sobre o autor dos Fioretti –, “o Pobrezinho que deixou marcas indeléveis na história religiosa e cultural do mundo pós-medieval e especialmente na portuguesa [e também, acrescentemos aqui, de modo muito relevante, no Povoamento, na Evangelização e no Imaginário das Ilhas dos Açores]”, legou-nos uma “maneira singularíssima de ser homem e de viver a vida”, uma “forma original de estar no mundo, de pensar a existência e de valorar as coisas”, naquilo que constitui a exemplar visão franciscana da vida, desde sempre timbrada por uma aura ímpar, luminosa e empática que se projecta ainda, e para além das gestas e carismas religiosos do Alter Christus (e dos seus dolorosos estigmas...), naquela mais alta expressão de Humanismo que a Civilização do Ocidente, a par e acima dos grandes pecados e da sua demencial violência, legou a uma Humanidade que talvez só a Graça e a Misericórdia do seu Senhor poderão (com as obras e a fé dos Homens...) remir e justamente salvar! 
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e “Diário Insular” (Angra do Heroísmo, 04.10.2014):