sábado, outubro 18, 2014


Um Falcon no Quintal?
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Crescendo justificada apreensão (4.447 mortos, mortalidade média na ordem nos 50% e milhares de infectados ainda não apurados) pela propagação exponencial do Ébola – a par dos avisos da OMS e ONU, de especialistas em Saúde Pública e de credenciados Epidemiologistas (v.g. Paul Farmer e Laurie Garrett) –, e quando a propagação viral (gravíssima em África!) começa a alastrar com o surgimento de ocorrências, erros sistémicos, contaminações e (im)previsões globais (em Portugal, ouça-se Francisco George...), o caso açoriano (para nós imediatamente relevante, comprometedor e próximo!) não poderia deixar de merecer atenção prática, acompanhamento integrado, coordenação sistemática e avaliação crítica permanente!



– Aliás, a auscultação de profissionais, decisores, estudiosos, especialistas e operacionais, directa ou indirectamente cientes desta exigente, complexa e pluridisciplinar situação, mais fundamenta e evidencia, também aqui, idêntica e proporcionada preocupação!


Assim, perante a leviandade nacional, face às potenciais vulnerabilidades que a indigitação das Lajes contém como Aeroporto (apenas e só placa?!) de passagem para emergências e operações com o Ébola; e agora – com a inadmissível menorização institucional açoriana atingindo o cúmulo da pura ficção (para não dizer temerária falsidade), de que se poderia “ter confiança no dispositivo montado [?] ao nível da Região” e cujo planeamento estaria “a decorrer em estreita articulação” com a DGS e com o SRPCBA – alegando-se até que o Arquipélago possuiria um “plano de contingência regional para casos específicos, dado que a Região tem características distintas do continente, mas integra-se do plano nacional” –, vemos que se fez um investimento de “20 mil euros em equipamento de proteção e nos casulos para transporte de doentes” (quais?), sendo todavia que logo depois se confirma que “não houve [sequer!] formação das equipas médicas” nos Açores, e que esta (pasme-se!) “É uma situação nova. Sabemos a teoria, mas não a prática” (sic)!




– Realmente, tudo neste caso é um perigoso retrocesso (médico-hospitalar, e não só), comparado, por exemplo, com o do H5N1, onde ao menos não esperávamos (em ambulância?) que um Falcon de Lisboa, chamado pelo 112, viesse aterrar no nosso quintal!
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Em "Diário Insular" (18.10.2014):




























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e "Diário dos Açores" (no prelo).