sábado, fevereiro 07, 2015


As Corridas Demenciais
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A opinião pública açoriana durante esta semana foi tremendamente agitada por uma série de factos e acontecimentos mediaticamente muito relevados e justamente dignos de registo e sinalização, que – no seu conjunto (bem mais integrado e afinal interligado do que à primeira vista possa parecer, e por tudo aquilo que assim directa ou indirectamente os liga e revela de um grave estado de espírito e de toda uma preocupante realidade regional...) – deveriam constituir motivo de urgente e profunda reflexão a todos os níveis!

– Referimo-nos obviamente à polémica que estalou a propósito de um repugnante projecto de “Decreto Legislativo Regional” visando regulamentar espectáculos tauromáquicos; às reacções inter-insulares, especialmente provindas de S. Miguel (v.g. pelas reincidentes e paradigmáticas judiações de Mário Fortuna a propósito do “Plano de Revitalização Económica da Ilha Terceira”), e às patéticas e sucessivas tomadas de posição político-institucionais, partidárias e pessoais sobre a Base das Lajes.


Ora se as primeiras assentam numa inadmissível tentativa (denunciada quanto baste, embora sub-reptícia...) de atropelo a valores e heranças civilizacionais humanistas e a princípios político-jurídicos, histórico-culturais, filosóficos e éticos (quando não até morais!), já as segundas caíram na mais pantanosa esfera dos antagonismos de interesse e na mais descoordenada e envenenada atmosfera que desde há anos vem minando, desacreditando e destruindo a própria viabilidade e a justificação da Autonomia dos Açores tal como o seu vigente modelo a configura!


 – Todavia, no meio desta demencial corrida societária em direcção ao abismo, talvez mereçam, apesar de tudo, menção honrosa, em alternativa e em oposição àquelas manifestações de decadência e apodrecimento, outras nobres tomadas de posição que podem ser sinal de que a vida açoriana não chegou (pelo menos por enquanto...) a um ponto de não-retorno à dignidade da nossa antiga memória colectiva e às históricas aspirações do Povo das nove ilhas do nosso comum Arquipélago.


 E se essa racional e autêntica tradição (feita de sofrimentos, afectos e esperança também!) conseguir resistir às forças contrárias, pode ser que nem tudo esteja ainda perdido de vez...
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Azores Digital:






















RTP-Açores:

























e “Diário Insular” (Angra do Heroísmo, 07.02.2015):