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A Entrevista que o meu amigo Mário
Cabral concedeu à RDP-RTP-A – e à qual o "Diário Insular" (de Angra do Heroísmo) na sua edição da passada sexta-feira deu justificado destaque –
constituiu um relevante e significativo momento para a divulgação de um
testemunho pessoal e de reflexão partilhada sobre a recente experiência vivida
da doença oncológica que atingiu aquele escritor, poeta e professor de
Filosofia na Escola Secundária Jerónimo Emiliano de Andrade.
– De resto, quem não conseguiu
acompanhar esse trabalho dirigido pelos jornalistas Luciano Barcelos e Armando Mendes, nem
pôde ler a citada, alusiva e subsequente reportagem, por certo, como recomendamos, não deixará de o
fazer ainda, ou no em breve certamente disponibilizado arquivo de vídeo da TV regional açoriana.
Ora o depoimento de
Mário Cabral veio a lume tanto na ocasião em que foram reveladas novas e
preocupantes estatísticas sobre a incidência, variedade e prevalência global e
específica do Cancro, como também numa altura em que se tem multiplicado nos
OCS e nas Redes Sociais toda uma série de registos e narrativas pessoais sobre o impacto que o
diagnóstico clínico, o tratamento, os percursos terapêuticos, os efeitos e os
desenlaces dessa doença geram nos pacientes e suas famílias, nos profissionais
de saúde, nos cuidadores e nos decisores político-sociais, – sendo também esta
uma matéria que tem vindo a suscitar crescente atenção e diversificada
abordagem no campo das investigações e estudos biomédicos, psicológicos,
filosóficos, teológico-pastorais e antropológico-culturais, a par de tematizações
confluentes e complementares nos domínios da literatura e das artes.
– Todavia, a Entrevista
de Mário Cabral, para além das questões afloradas em resposta proporcionada às
perguntas dos dois jornalistas, deixou ainda pendentes muitas outras questões
profundas e complexas que merecerão certamente ulterior, sistemático e
integrado tratamento crítico, tanto do ponto de vista antropológico-filosófico,
ético, psíquico e metafísico, quanto numa perspectiva médico-clínica, socio-assistencial
e de prestação de cuidados continuados e paliativos (cuja concepção,
operacionalização em rede e extensão integrada continuam leviana e
irresponsavelmente dissipadas de modo injusto e dilatório, estruturalmente
inabilitado ou pura e simplesmente sujeito às consabidas e desgovernadas
improficiências que ameaçam os sistemas de Saúde...).
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