As Pistas e a Tenda
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Parece que quanto mais carecemos
de pensamento esclarecido para acção
consequente, mais se adensam sinais de
estagnação ou retrocesso em
domínios essenciais para a vida da Terceira e dos Açores, no contexto da nossa
capacidade, credibilidade e imagem como Região Autónoma dotada de órgãos de
governo próprio, mas carenciada de agentes e actores capacitados e devidamente
preparados para perceber e enfrentar os
desafios insulares a que estivemos,
estamos e estaremos sujeitos no País, na Europa e no Mundo.
Porém, os mais recentes
prenúncios, balões de ensaio e recados vindos a lume não auguram nada de bom para os Açores, ou pelo menos não deixam vislumbrar os preocupantes e
reais contornos e dimensões dos reptos e expectáveis respostas que de
vário modo temos ou (não) teríamos pela frente, tanto no plano propriamente político (partidário,
parlamentar, governamental e autárquico...) quanto no campo de um posicionamento mental e institucional claro, previdente e coerente perante
questões, propostas e pretensões de previsível (ir)relevância e (des)vantagem
regional e nacional para o nosso Desenvolvimento, como sejam as posições geoestratégicas, logístico-militares e técnico-científicas das ilhas (primeiramente das Lajes!), com as suas
potenciais valências, riscos, custos, garantias e salvaguardas...
– Para tanto, e nem falando já em
Filosofia Política, Sociologia e Diplomacia, talvez que uma boa dose de
“reciclagem” geral ou uma “iniciação” intensiva (conforme as carências e os
currículos...) ao estudo da História de
Portugal e dos Açores (ou, ao menos, de uma História da Autonomia que conquistámos naqueles recordados anos decisivos que José Andrade, como
salientarei noutro texto, bem arquivou na sua tripla, diligente e instrutiva
antologia jornalística...) fossem ideias bastante vantajosas para a formação básica e programática de certos
próceres, conselheiros e redactores político-partidários que por aí exibem a
sua míope, caricata mas arrogante, suicidária e incorrigível nulidade de análise e insensata decisão (quando não ausência
de ética política, cujos valores
aliás desconhecem ou não toleram...).
Assim, nestes tempos de calmaria
(aparente), por entre uns banhos de sol e mar, nesta “silly season” que já
quase ultimou as listas (e que lindo rol!) de candidatos às próximas eleições
regionais de Outubro – todas bem demonstrativas daquilo que certos líderes,
militantes e serventuários, para todo o rapace
serviço, são capazes –, é só esperar um pouco para vermos no que darão as
modas e suas rodas!
– A isso voltaremos, enquanto
circos estivais e festanças vão montando
barraca nos arrabaldes da dita “autonomia democrática”, para depois
desfilarem pelas pistas do costume,
com suas trupes de trapezistas voadores, ilusionistas de cartola, contorcionistas,
“partenaires” e demais artistas!
– Bring in the clowns?
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