sábado, julho 30, 2016



As Pistas e a Tenda
_________________

Parece que quanto mais carecemos de pensamento esclarecido para acção consequente, mais se adensam sinais de estagnação ou retrocesso em domínios essenciais para a vida da Terceira e dos Açores, no contexto da nossa capacidade, credibilidade e imagem como Região Autónoma dotada de órgãos de governo próprio, mas carenciada de agentes e actores capacitados e devidamente preparados para perceber e enfrentar os desafios insulares a que estivemos, estamos e estaremos sujeitos no País, na Europa e no Mundo.


 Porém, os mais recentes prenúncios, balões de ensaio e recados vindos a lume não auguram nada de bom para os Açores, ou pelo menos não deixam vislumbrar os preocupantes e reais contornos e dimensões dos reptos e expectáveis respostas que de vário modo temos ou (não) teríamos pela frente, tanto no plano propriamente político (partidário, parlamentar, governamental e autárquico...) quanto no campo de um posicionamento mental e institucional claro, previdente e coerente perante questões, propostas e pretensões de previsível (ir)relevância e (des)vantagem regional e nacional para o nosso Desenvolvimento, como sejam as posições geoestratégicas, logístico-militares e técnico-científicas das ilhas (primeiramente das Lajes!), com as suas potenciais valências, riscos, custos, garantias e salvaguardas...


 – Para tanto, e nem falando já em Filosofia Política, Sociologia e Diplomacia, talvez que uma boa dose de “reciclagem” geral ou uma “iniciação” intensiva (conforme as carências e os currículos...) ao estudo da História de Portugal e dos Açores (ou, ao menos, de uma História da Autonomia que conquistámos naqueles recordados anos decisivos que José Andrade, como salientarei noutro texto, bem arquivou na sua tripla, diligente e instrutiva antologia jornalística...) fossem ideias bastante vantajosas para a formação básica e programática de certos próceres, conselheiros e redactores político-partidários que por aí exibem a sua míope, caricata mas arrogante, suicidária e incorrigível nulidade de análise e insensata decisão (quando não ausência de ética política, cujos valores aliás desconhecem ou não toleram...).


 Assim, nestes tempos de calmaria (aparente), por entre uns banhos de sol e mar, nesta “silly season” que já quase ultimou as listas (e que lindo rol!) de candidatos às próximas eleições regionais de Outubro – todas bem demonstrativas daquilo que certos líderes, militantes e serventuários, para todo o rapace serviço, são capazes –, é só esperar um pouco para vermos no que darão as modas e suas rodas!

– A isso voltaremos, enquanto circos estivais e festanças vão montando barraca nos arrabaldes da dita “autonomia democrática”, para depois desfilarem pelas pistas do costume, com suas trupes de trapezistas voadores, ilusionistas de cartola, contorcionistas, “partenaires” e demais artistas!


 No caso da nossa Praia da Vitória, “armar tenda” em areias movediças, e que apenas a outros serviram, nunca deu “bom número”, nem sequer para alívio das tristezas na bilheteira...

Bring in the clowns?
_________________

Em Azores Digital: