Temporadas Teatrais
__________________________________________________
__________________________________________________
No previsível quadro da configuração e desfecho das últimas Eleições
Presidenciais, a bem reflectida caminhada do candidato Marcelo Rebelo de Sousa tinha
de fazer-se com segurança, naturalidade vencedora e indesmentível mérito,
apesar das incertezas e oscilações da
sua personalidade e das afinidades e hipotecas que conseguiu alijar ou
obscurecer, mas também com notável empatia (mediaticamente
catalisada anos a fio), e (enfim) com um tipo de carisma ou aura popular
(sociologicamente indicativa e sintomática) que lhe advêm,
conjugadamente, por berço, família, escola, estatuto académico, docência,
cultura, percurso partidário, catolicismo (algo beato, mas não clericalista), talento
jornalístico, inteligência, auto-confiança, e até com um à-vontade mágico que, em simultâneo, lhe consentiram aparecer engraçadinho no teatro de massas, fazer micro-retórica
neutra, ser ajeitadamente populista,
comunicativo e consensualista, e depois fechar em apoteose encenando entradas triunfais e assumindo solenes poses de Estado, como naquela messiânica representação, em sacralidade
emblemática, na Faculdade de Direito de Lisboa, onde nem É a Hora pessoana faltou!
_______________
Em "Diário Insular" (Angra do Heroísmo, 06.02.2016):
RTP-Açores:
http://www.rtp.pt/acores/comentadores/eduardo-ferraz-da-rosa/temporadas-teatrais-_49458:
e "Azores Digital":
RTP-Açores:
http://www.rtp.pt/acores/comentadores/eduardo-ferraz-da-rosa/temporadas-teatrais-_49458:
e "Azores Digital":