domingo, agosto 07, 2016


Autonomia e Consciência Histórica
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Em boa hora e com devida percepção das coisas e valores que lhe cabem reassumir contemporaneamente – por vocação, tradição interventiva, horizonte de reflexão, estudo e divulgação editorial e académica –, daquele que foi, desde a sua criação, um projecto de formação da consciência histórico-cultural, cívica e social desta ilha (dos Açores e do País, que de muitos e variados modos de tudo isso sempre careceram...) – nos contextos societários e geracionais da respectiva génese e acção ao longo de décadas –, decidiu o Instituto Histórico da Ilha Terceira (IHIT), agora presidido pelo nosso amigo e confrade João Maria Mendes, proceder a frutuosa parceria de colaboração regular com a Câmara Municipal de Angra do Heroísmo (CMAH), a qual tem louvavelmente correspondido, com vantagens mútuas, a tão abonado propósito, como aliás havia sido sempre defendido no nosso Instituto (e analogamente também o fiz, com outras agremiações regionais e nacionais, pelo que não posso deixar de congratular-me com essa resolução prática).


 


– De resto, tal produtiva cooperação decorre felizmente de uma renovada e positiva coabitação institucional, ao contrário do que anteriormente se verificou em vários casos (porventura com culpas ou equívocos de entidades públicas e governamentais para com o IHIT, e vice-versa).


 Ora acaba o nosso Instituto de levar a efeito mais uma Jornada Histórica com o apoio da CMAH, desta vez sobre os 250 Anos da Capitania Geral dos Açores e durante a qual conferencistas e credenciados estudiosos da época em análise – Avelino Meneses, Madruga da Costa, Alberto Vieira, João Madruga, Alfredo Borba, Manuel Faria, Margarida Vaz do Rego, José Damião Rodrigues e Álvaro Monjardino –, procuraram recolocar criticamente e problematizar de novo aquele marco da vida político-institucional açoriana e portuguesa que trouxe, como sinalizara Reis Leite, “a mais radical alteração político-administrativa que alguma vez se operara nestas ilhas, [...] numa visão administrativa típica do século XVII e do despotismo iluminado”. 

– Valeu bastante esta Jornada, à qual voltarei, pelas reflexões sobre o passado, mas com os olhos bem postos no presente e no futuro dos Açores...
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Em "Diário Insular" (Angra do Heroísmo, 06.08.2016),
e Azores Digital: