O anúncio, agora tornado público, de que nos já bem próximos meses de maio e junho irão prosseguir os contactos trilaterais, contratos militares e negociações diplomáticas entre Portugal, os EUA e a NATO, com vista à reperspectivação efetiva e à redefinição logística e estratégica da presença militar aliada – mas estrangeira – na Base portuguesa das Lajes, não deixou nem deverá poder deixar de continuar a merecer o conveniente, necessário e competente acompanhamento possível (e nacionalmente permitido…) por parte da Região Autónoma dos Açores e dos seus órgãos político-institucionais, sociais e constitucionalmente representativos.
– Não sendo a questão em si propriamente inédita nem sequer imprevisível – e exatamente por isso, pelo menos e desta feita de há um certo tempo para cá… – é que, uma vez mais, o posicionamento desintegrado e descoordenado açoriano tem merecido entre nós algumas críticas severas, muitas delas com evidente fundamento na realidade dos factos, atos e omissões (do País e dos Açores...) nesta importante matéria!
Porém e assim talvez conviesse relembrar que, faz agora precisamente um ano, o anterior ministro português da Defesa (Augusto Santos Silva) haveria de deslocar-se aos EUA precisamente para “discussões” sobre o comando da NATO em Oeiras, a Base das Lajes e participação de firmas lusas em concursos militares norte-americanos, estando igualmente então em agenda a forma como ia ser feito “o alargamento e reparação da pista da Base das Lajes”, e a tentativa de urdir que empresas portuguesas, “do setor de Segurança e Defesa”, conseguissem “mais informação para participar em concursos” nos Estados Unidos!
E isto acontecia quase em coincidência com os suportes logísticos de projeção, abastecimento e retroação de força envolvendo as Lajes e planeados para a intervenção aliada na Líbia, de acordo com a estratégia da Operation Unified Protector, decorrente da Resolução 1973 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, e dos quais, por exemplo, é conhecido e foi muito paradigmaticamente elogiado o apoio local (alojamento de tripulações e segurança) prestados à aeronave E-3 Sentry, sedeada na Base Aérea de Tinker (552nd Air Control Wing), em regresso a casa (no Oklahoma), via Lajes, após serviço de apoio prestado a missões da NATO…
– Ora é por estas e por outras do mesmo jaez que os Açores não podem deixar de permanecer informada e competentemente acompanhantes de todo este complexo processo negocial português da Base das Lajes, à luz do presente mas sem esquecer as experiências passadas, e também sem confundir os interesses estratégico-militares com as vertentes diplomáticas, económico-financeiras e sócio-jurídicas das diversas (e amiúde adversas…) partes aqui envolvidas!
Publicado em "Diário dos Açores" (Ponta Delgada, 25.03.2012),
RTP-A: http://tv2.rtp.pt/acores/index.php?headline=14&visual=10,
Azores Digital: http://www.azoresdigital.com/ler.php?id=2211&tipo=col
RTP-A: http://tv2.rtp.pt/acores/index.php?headline=14&visual=10,
Azores Digital: http://www.azoresdigital.com/ler.php?id=2211&tipo=col
e Os Sinais da Escrita: http://sinaisdaescrita.blogspot.pt/.
Outra versão em “Diário Insular” (Angra do Heroísmo, 24.03.2012).