sábado, outubro 17, 2015



No Ar e em Terra
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Cerca de seis anos após ser concebida e planeada sob cenários e horizontes que marcaram os Açores no início da II Guerra, e depois concretizada em meados dos anos 40 do século passado (1947) como Sociedade Açoriana de Transportes Aéreos, pode dizer-se que a SATA marcou desde então todas as ligações inter-ilhas, constituindo referencial do quotidiano e presença viva no imaginário dos nossos transportes, de modo só comparável ao dos navios e iates que antes sulcavam os mares das ilhas.

– Comprada em 1980 ao Grupo Bensaude, a SATA passou de companhia privada a empresa regionalizada/nacionalizada, e com nova designação (Serviço Açoriano de Transportes Aéreos) mas sob o mesmo acrónimo, viu as suas acções e responsabilidades de serviço público serem divididas entre a TAP e Governo regional.

O resto das suas histórias é mais ou menos conhecido e não vale a pena, nem este é o propósito desta Crónica, tratá-las hoje, embora muitas das peripécias a que estamos assistindo pudessem ser bem mais claramente situadas, explicadas e compreendidas à luz dos percursos, rotas e cumplicidades dessa e outras “parcerias” mais ou menos ditas “estratégicas”, envolvendo nomeações, administrações, gestões, negócios, financiamentos, subsídios e política, favores e escolhas de ocasião e conveniência, jogos de gabinete e secretaria, corredor, cabine, porão, lobbies profissionais e técnicos, concorrências e concursos e vagas e promoções, etc., etc., – como cada vez é mais evidente aos olhos de quem por aí quiser observar (e sindicar) a fundo, em terra e no ar, onde dos serviços e amabilidades do velho slogan da SATA às vezes já pouco resta por esses balcões e voos adiante e atrás, nas ilhas e na diáspora, onde a alguns yuppies e fedelhos e fedelhas de gravatinha, farda e calças de fino toque mas pouca transparência, civilidade e cortesia, melhor fora que os chamassem ou despedissem um a um...

– Mas pior do que isso é a criminosa e quase demencial audácia de quem veio agora propalar a (fictícia ou real?) insegurança dos aviões onde todos viajamos, sem que a verdade seja radicalmente apurada e a confiança reposta, antes que as nossas asas e o chão que pisamos mais se confundam e invertam!
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e "Diário Insular", Angra do Heroísmo (17.10.2015):



























Azores Digital:
http://www.azoresdigital.com/colunistas/ver.php?id=3043:























e "Diário dos Açores" (no prelo).