A DOENÇA DOS MÉTODOS
Todo o estudante (ou professor), ao
menos de grau ou nível secundário, e por muito pouca preparação e domínio que
tenha de certas matérias a aprender (ou ensinar) – em qualquer ramo do Saber e
da Ciência, mormente na Filosofia (v.g. na Lógica e na Gnoseologia), na Matemática
e até no Português (e ao menos aqui para saber formular com fluente coerência o quê e como supostamente as coisas concebidas são transmitidas pela Língua
e pelas suas linguagens…) –, deve certamente entender qual a fundamental diferença entre processos e
métodos indutivos e hipotético-dedutivos, – tão básica e
relevante é essa questão para as problemáticas do conhecimento e da acção, do
conhecimento e da verdade…
– E assim também acontece em
escalas e esferas próprias (com implicações diferenciadas de ordem teórica e
prática!), na região da Política, da Governação, da Participação Democrática e
da Cidadania, muito embora a alguns improvisados gestores e pseudo-servidores da causa e das coisas públicas (que não do
Bem Comum, porquanto este amiúde lhes escapa ou fica escamoteado…) tais ideais
sejam deixados à sua intrínseca, instalada e apadrinhada mediocridade, incompetência,
ou – ainda pior – pura e malévola intencionalidade, tecnicamente interesseira, político-ideologicamente
manipuladora e eticamente malévola! E não será preciso ir muito longe nem na
geografia nem na história para aquilatar das notórias, exemplificáveis e
intoleráveis incongruências que vimos aflorando aqui…
De facto, quem encetar a mais benevolente apreciação (leia-se assim,
mas com benefício de dúvida já
esgotado!) que se queira fazer à Proposta
de Reestruturação do Serviço Regional de Saúde – concebido, feito e dito do e pelo PS (ou então por quem, com quem e para quem?) e
agora deitado à rua ou à praça da “discussão pública” (quando não ao cubículo encapsulado
das suas mutuamente sensíveis, alheadas ou sustentadoras hostes internas…) –,
não deixará de interrogar-se sobre a
metodologia e responsabilidade efectivamente assumidas nesse projecto
documental pelo Governo no seu todo – desde a sua tricéfala presidência às suas
mais emblemáticas e promissoras secretarias e direcções regionais… –, na afoita
elaboração (quantitativa e qualitativamente balizadas) dessa pretensa nova carta constitucional para o
saneamento económico-financeiro (?) e a cura sistémica
(político-administrativa, técnico-médica e humana) das mais prementes e
pendentes maleitas psicossomáticas e institucionais, – veja-se, por exemplo, o
Plano Oncológico Regional, os Cuidados Continuados e os Paliativos, as agendas
e anteriores conteúdos programáticos não cumpridos, etc., ou até as violentas
(e esquecidas, ou perdoadas?) críticas que, não há muitos anos, um actual
secretário impiedosamente fez ao Governo Regional dos Açores de Carlos César (na
área da Saúde e da Protecção Civil…).
Ora – e é por isso mesmo –, como
se está vendo de novo, que sem – e muito menos contra – os nossos mais
sérios interessados, conhecedores e dedicados profissionais, actores, agentes
sociais, parceiros e órgãos locais, entidades históricas assistenciais e
formativas, instituições e prestadores complementares (sem esquecer os nossos pacientes
e suas famílias!), jamais se conseguirá fazer um diagnóstico rigoroso,
objectivo, metodologicamente consistente e socialmente justo, para um urgente relançamento sustentado do Serviço Regional
de Saúde e para o tratamento e a prevenção de muitas das antigas e novas Doenças
dos Açorianos…
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Em Azores Digital:
http://www.azoresdigital.com/ler.php?id=2366&tipo=col,
http://www.azoresdigital.com/ler.php?id=2366&tipo=col,
RTP-Açores:
e "Diário
dos Açores" (Ponta Delgada, 02.06.2013).
Outra versão em
“Diário Insular” (Angra do Heroísmo, 01.06.2013).