A Tenda e as Pistas
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Quanto mais carecemos de pensamento
esclarecido para acção consequente,
mais se adensam sinais de estagnação
ou retrocesso em domínios essenciais
para a vida da Terceira e dos Açores, no contexto da capacidade e imagem desta
Região Autónoma (dotada de órgãos de governo próprio mas carenciada de agentes
e actores preparados para perceber e enfrentar novos desafios insulares)!
Por isso, os recentes prenúncios
e recados propagandeados não auguram
nada de bom e não deixam vislumbrar os
reais contornos e dimensões dos reptos e expectáveis respostas que temos pela frente, tanto na área político-partidária quanto no plano de
um posicionamento mental e institucional claro, previdente
e coerente perante questões de relevância e (des)vantagem para o nosso
Desenvolvimento, como sejam as posições
geoestratégicas, logístico-militares e técnico-científicas das ilhas (primeiramente das Lajes!), com as suas
potenciais valências, riscos, custos, garantias e salvaguardas...
Para tanto, pois, talvez que uma boa
“reciclagem” ou “iniciação” à Política, à Diplomacia e à História (ao menos à História da Autonomia que conquistámos
naqueles anos decisivos que José
Andrade arquivou na sua diligente antologia) fosse vantajosa para a formação de
próceres, conselheiros e redactores político-partidários, alguns já em
debandada de campo, que por aí exibem a sua míope, caricata mas arrogante,
suicidária e incorrigível nulidade.
– Ora nesta quadra da “silly
season” que ultimou listas às próximas eleições – lindo rol, e bem demonstrativo daquilo que líderes, militantes e
serventuários para todo o rapace préstimo
somente são capazes! –, é esperar para ver... A isso voltaremos, enquanto
circos estivais e festanças vão montando
barraca nos arrabaldes da dita “autonomia democrática”, para depois desfilarem
pelas pistas do costume, com suas
trupes de trapezistas voadores, ilusionistas de cartola, contorcionistas, “partenaires”
e demais artistas!
No caso da nossa Praia da
Vitória, “armar tenda” em areias movediças,
e que apenas a outros serviram, nunca
deu “bom número”, nem sequer para alívio das tristezas na bilheteira...
– Bring in the clowns?
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Em "Diário Insular" (Angra do Heroísmo, 30.07.2016):