sábado, julho 30, 2016


A Tenda e as Pistas
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Quanto mais carecemos de pensamento esclarecido para acção consequente, mais se adensam sinais de estagnação ou retrocesso em domínios essenciais para a vida da Terceira e dos Açores, no contexto da capacidade e imagem desta Região Autónoma (dotada de órgãos de governo próprio mas carenciada de agentes e actores preparados para perceber e enfrentar novos desafios insulares)!

Por isso, os recentes prenúncios e recados propagandeados não auguram nada de bom e não deixam vislumbrar os reais contornos e dimensões dos reptos e expectáveis respostas que temos pela frente, tanto na área político-partidária quanto no plano de um posicionamento mental e institucional claro, previdente e coerente perante questões de relevância e (des)vantagem para o nosso Desenvolvimento, como sejam as posições geoestratégicas, logístico-militares e técnico-científicas das ilhas (primeiramente das Lajes!), com as suas potenciais valências, riscos, custos, garantias e salvaguardas...

Para tanto, pois, talvez que uma boa “reciclagem” ou “iniciação” à Política, à Diplomacia e à História (ao menos à História da Autonomia que conquistámos naqueles anos decisivos que José Andrade arquivou na sua diligente antologia) fosse vantajosa para a formação de próceres, conselheiros e redactores político-partidários, alguns já em debandada de campo, que por aí exibem a sua míope, caricata mas arrogante, suicidária e incorrigível nulidade.

– Ora nesta quadra da “silly season” que ultimou listas às próximas eleições – lindo rol, e bem demonstrativo daquilo que líderes, militantes e serventuários para todo o rapace préstimo somente são capazes! –, é esperar para ver... A isso voltaremos, enquanto circos estivais e festanças vão montando barraca nos arrabaldes da dita “autonomia democrática”, para depois desfilarem pelas pistas do costume, com suas trupes de trapezistas voadores, ilusionistas de cartola, contorcionistas, “partenaires” e demais artistas!

No caso da nossa Praia da Vitória, “armar tenda” em areias movediças, e que apenas a outros serviram, nunca deu “bom número”, nem sequer para alívio das tristezas na bilheteira...

Bring in the clowns?
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Em "Diário Insular" (Angra do Heroísmo, 30.07.2016):