De Alexandria à Conceição,
ou Destinos de Biblioteca
______________________
Os nossos amigos José Elmiro
Rocha e Cláudia Alexandra Cardoso são os dois únicos concorrentes ao lugar de
director(a) da Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Angra do Heroísmo
(BPARAH), lugar vacante desde a morte do nosso saudoso camarada Marcolino
Candeias.
Ora tal concurso público, cujo desfecho
não é conhecido até hoje – mas que, após decisão do seu júri, será apenas
formalmente promulgado pelo Secretário da Educação, Avelino Meneses –, pelo
facto de estar a verificar-se sensível
demora, ou assim entendida, na divulgação do seu respectivo apuramento, está
gerando expectativas em vários sectores
da vida político-cultural, laboral, jurídica e partidária açoriana (mormente
terceirense e angrense)...
– E não é de admirar, atendendo
às valências daquele cargo, se bem
que, na generalizada opinião popular
ou na consciência vulgar, tal atenção
decorra menos de autênticas paixões
pelo mundo civilizacional (histórico-patrimonial, literário, artístico e
cultural) dos livros e tombos, do cômputo dos currículos técnico-profissionais
(específicos dos opositores admitidos) ou até da releitura do Edital do
concurso, do que devido a fixações nos
perfis sociais, quiçá políticos, ou mesmo partidários, ali presentes...
José Elmiro Rocha tem vasta
carreira de direcção e gestão efectivas em Arquivo, Biblioteca e Ciências
Documentais (desempenhadas na Horta e em Angra do Heroísmo); Cláudia Alexandra
Cardoso exerceu proficiências em dois executivos do PS (nomeadamente na
Educação e Cultura, usual tutela das áreas departamenatis em causa), e foi
deputada regional socialista (aliás agora sintomaticamente
removida das listas de Vasco Cordeiro, Sérgio Ávila, Roberto Monteiro e Fátima
Albino)!
Tudo exigentes dossiers e
processos resvaladiços, minados ou ainda
potencialmente problemáticos e
comprometedores (programática, político-institucional, orçamental e
financeiramente) que irão povoar gabinetes, corredores, planos e projectos, ou
não fosse a Biblioteca sempre símbolo/paradigma de ficcionais mistérios,
espectrais segredos, belas lições e revelações
concretas, desde a fabulosa e mítica Alexandria da antiguidade (passando pelas
narrativas ao inspirador modo de Borges, Manguel e Eco...), até às paroquiais
cercanias da colina angrense com a Direcção Regional da Cultura e o Santuário da
nossa contemporânea Conceição, para onde vão ser carregados, transportados e
reinstalados, durante meses e anos por aí baixo e acima, as ricas existências
da BPARAH, oficialmente agora rebaptizada de Biblioteca Pública e Arquivo Regional Luís da Silva Ribeiro:
__________
Em "Diário Insular" (Angra do Heroísmo, 04.08.2016):
"Diário dos Açores" (Ponta Delgada, 04.08.2016):
Azores Digital:
http://www.azoresdigital.com/colunistas/ver.php?id=3176,
e RTP-Açores:
http://www.rtp.pt/acores/comentadores/eduardo-ferraz-da-rosa/de-alexandria-a-conceicao-ou-destinos-de-biblioteca_51064.
e RTP-Açores:
http://www.rtp.pt/acores/comentadores/eduardo-ferraz-da-rosa/de-alexandria-a-conceicao-ou-destinos-de-biblioteca_51064.