As últimas calamidade naturais,
sinistros e decorrentes prejuízos que fustigaram o nosso Arquipélago não
poderão deixar de continuar a suscitar e a merecer uma ampla e crítica reflexão objetiva, com vista à indeclinável e inadiável implementação de
medidas práticas, apesar de alguns passos nesse sentido terem já sido
dados, quer no âmbito do Governo Regional e das nossas Autarquias Locais, quer
por parte dos diferentes partidos políticos da Oposição…
– Ora, apesar da violência e das
características das tempestades que se abateram sobre as nossas ilhas na semana
passada terem atingido dimensões imprevisíveis (?) e inusitadas, a verdade é
que algumas das suas custosas consequências, ou ao menos parte delas –
felizmente, desta feita, sem perdas de vidas humanas… –, talvez pudessem ter
sido evitadas, ou sequer minoradas, caso tivessem sido cumpridas as leis,
normas e procedimentos precaucionais
que são imperativos nas áreas da
governação, da administração e do acompanhamento técnico que, direta ou
indiretamente, como em todo o lado, estão sempre implicados nestes domínios
(que, como é sabido, envolvem logo e sobremaneira o Ambiente, o Ordenamento do
Território, as Obras Públicas, a Agricultura e Florestas, o Saneamento Básico e
a Proteção Civil…).
Por outro lado e bem
intrinsecamente relacionada com esta exigente
problemática, está toda uma vertente técnico-científica, reguladora,
orientadora, pedagógica e fiscalizadora, institucional e socialmente, que
entronca afinal e em cheio nas interdisciplinaridades próprias dos Estudos,
Geografias, Cartografias e Gestão de Riscos, – territórios estes, há já
demasiado tempo, esquecidos ou protelados, não promovidos nem devidamente
fiscalizados, ou à sombra de muito do entulho e dos alheamentos, omissões,
ignorâncias, incompetências, irresponsabilidades e impunidades que enxameiam
alguns setores chave da nossa sociedade, com os seus agentes, atores e
decisores apenas a fazer de conta que
trabalham, enquanto vão contabilizando as pouco mais que mercenárias comissões
de serviço para onde foram, imerecidamente, alcandorados, com evidentes e quase
irreversíveis penalizações sistemáticas e
recorrentes para a nossa Região, para o Governo dos Açores e para o próprio
partido que também arriscadamente o
suporta!
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Publicado em "Diário Insular" (Angra do Heroísmo, 19.05.2012),
Azores Digital: http://www.azoresdigital.com/ler.php?id=2227&tipo=col,
"Diário dos Açores" (Ponta Delgada, 20.05.2012)