UMA EVOCAÇÃO
DE ADRIANO MOREIRA
DE ADRIANO MOREIRA
Na passada quinta-feira, dia 6 de
Setembro, comemorou o Prof. Adriano Moreira o seu nonagésimo aniversário de
vida, efeméride justamente lembrada em diversos círculos intelectuais,
académicos e mediáticos, com especial destaque para o Jornal de Letras e para a RTP1 (com as Entrevistas respectivamente feitas
por Soromenho Marques e Fátima Campos Ferreira), para o Público (com a publicação de um belo texto de Isabel Moreira sobre
o seu Pai) e para as redes sociais (v.g. no Facebook, onde temos e vimos
acrescidamente agora partilhados, com outros reconhecidos amigos, depoimentos e
apreços pela sua exemplar figura).
Por mim – que tive, há cerca de
trinta anos, a feliz possibilidade de conhecer Adriano Moreira e de poder contar
desde então com a generosidade honrosa da sua Amizade pessoal e da sua
colaboração institucional –, não podia deixar passar esta significativa ocasião
sem, também aqui e a partir destas insulares paragens, evocar a sua longa Vida
e a sua vasta e rica Obra, mesmo que apenas na circunstância de um breve e
localizado testemunho.
– E é assim que estou a vê-lo chegar,
vezes sem conta e anos e anos a fio, ao gabinete de trabalho do Padre Aguiar
(seu irmão de peito, trabalho e cosmovisão…), lá no nosso saudoso Colégio
Universitário Pio XII, para dialogar, desabafar, ensinar, conferenciar,
moderar, animar e partilhar tantos e tantos sonhos, certezas, medos,
desencantos e persistentes projectos alternativos ou complementares, ajudando a
pensar sempre e a agir a par e em consequência para a frente e para cima (como
recolhera de Teilhard de Chardin), naquele seu carismático e testemunhal misto
de sapiente e vivo olhar crítico, simultaneamente esperançoso, céptico, ansioso
e utópico sobre o Mundo e a História, a Política e a Estratégia, a Cultura e a
Fé Cristã (nomeadamente face ao “desafio que a doutrina conciliar trazia ao
legado humanista europeu” e não só…), – enfim, sobre a Identidade e a
comunidade de Destino de Portugal e dos Portugueses (afinada com Agostinho da
Silva), numa incansável, inquebrável, indomável e amiúde crucificante procura agónica
e redentora dos sinais do Tempo (categoria
histórico-civilizacional e metafísica sempre presente em toda a sua pujante
reflexão intelectual e nas suas narrativas literárias, memoriais e espirituais,
como A Espuma do Tempo, Memórias do Tempo
de Vésperas paradigmaticamente revela).
Numa época tão indigente como a
nossa, evocar o Prof. Adriano Moreira, gratamente escutar a sua palavra e atentamente
auscultar a memória das suas experiências e lições, configura um dever de exercício de verdadeira
cidadania universal e um direito de apelo
à inteligência nacional, – como
ele escreveu, para a urgente “nova definição do estatuto de Portugal, [actualmente]
mais resultado colateral do globalismo do que da responsável governação”…
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Em RTP-Açores:
Azores Digital:
“Diário dos Açores” (Ponta
Delgada, 08.09.2012):
e Networked Blogs:
Outra versão em “Diário
Insular” (Angra do Heroísmo, 08.09.2012):
http://www.diarioinsular.com/