O Cinquentenário do Concílio
Passados 50 anos da sua Abertura
(11.10.1962) por João XXIII, o Vaticano II – terminado a 8.12. 65 (já sob o Pontificado
de Paulo VI) – representou para a Igreja e para o Mundo um marco espiritual,
pastoral, histórico-civilizacional e cultural verdadeiramente notável, pelo
que, nesta efeméride do seu quinquagésimo aniversário, esse grande Concílio começou
já a ser justamente relembrado, evocado, relido e reaprofundado – dos mais diversos,
inspiradores e complementares modos, nas suas amplas vertentes e dimensões, e em
várias regiões e países (incluindo Portugal) –, naquilo que se espera seja mesmo
um movimento de real empenho na recuperação
renovadora do seu original, mais fidedigno e genuíno aggiornamento como e enquanto cristã “tensão positiva” entre as Duas Cidades (para compendiarmos
em termos agostinianos…), tal como acabou de propor o actual Papa (ele próprio membro
de uma antiga e brilhante geração de Teólogos – Rahner, Chenu, Lubac, Congar, Calvez,
Dubarle, Schillebeeckx… – acompanhantes
e animadores daquele tão promissor
21.º Concílio da História do Catolicismo).
Convocado em 21.12.1961, pela Bula
“Humanae salutis”, o Vaticano II decorreu em quatro Sessões e produziu 4
Constituições, 9 Decretos e 3 Declarações, nele tendo participado (ou apenas comparecido…)
mais de 2.000 prelados – entre os quais 39 portugueses (alguns naturais dos
Açores: Costa Nunes, José Pedro da Silva, José Vieira Alvernaz, Jaime Garcia
Goulart e Paulo José Tavares –, Cardeais, Arcebispos, Bispos (o de Angra
também, Manuel Afonso de Carvalho) e um Sacerdote.
– “Ainda
hoje estamos felizes, mas a nossa alegria é mais sombria, mais humilde”, afirmou
Bento XVI ao inaugurar em coincidência o presente “Ano da Fé”, mas bem podendo
aliás ter retomado as consagradas e programáticas palavras do pórtico da Gaudium et Spes, ou finalizado com a retoma
dos gestos reiterados na “Mensagem dos Padres do Concílio ao Mundo” (em Novembro
de 1962), para uma urgente atenção prática, denúncia profética, comprometimento
alternativo, generosidade e partilhado testemunho de Fé e de Vida autênticos,
face às alegrias, esperanças, tristezas, angústias, misérias morais,
sofrimentos e aspirações dos Homens e dos Povos, do nosso e de todos os tempos…
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Publicado em "Diário Insular" (Angra do Heroísmo, 13 de Outubro de 2012):
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