sexta-feira, outubro 12, 2012

O Cinquentenário do Concílio



Passados 50 anos da sua Abertura (11.10.1962) por João XXIII, o Vaticano II – terminado a 8.12. 65 (já sob o Pontificado de Paulo VI) – representou para a Igreja e para o Mundo um marco espiritual, pastoral, histórico-civilizacional e cultural verdadeiramente notável, pelo que, nesta efeméride do seu quinquagésimo aniversário, esse grande Concílio começou já a ser justamente relembrado, evocado, relido e reaprofundado – dos mais diversos, inspiradores e complementares modos, nas suas amplas vertentes e dimensões, e em várias regiões e países (incluindo Portugal) –, naquilo que se espera seja mesmo um movimento de real empenho na recuperação renovadora do seu original, mais fidedigno e genuíno aggiornamento como e enquanto cristã “tensão positiva” entre as Duas Cidades (para compendiarmos em termos agostinianos…), tal como acabou de propor o actual Papa (ele próprio membro de uma antiga e brilhante geração de Teólogos – Rahner, Chenu, Lubac, Congar, Calvez, Dubarle, Schillebeeckx… – acompanhantes e animadores daquele tão promissor 21.º Concílio da História do Catolicismo).

Convocado em 21.12.1961, pela Bula “Humanae salutis”, o Vaticano II decorreu em quatro Sessões e produziu 4 Constituições, 9 Decretos e 3 Declarações, nele tendo participado (ou apenas comparecido…) mais de 2.000 prelados – entre os quais 39 portugueses (alguns naturais dos Açores: Costa Nunes, José Pedro da Silva, José Vieira Alvernaz, Jaime Garcia Goulart e Paulo José Tavares –, Cardeais, Arcebispos, Bispos (o de Angra também, Manuel Afonso de Carvalho) e um Sacerdote.

– “Ainda hoje estamos felizes, mas a nossa alegria é mais sombria, mais humilde”, afirmou Bento XVI ao inaugurar em coincidência o presente “Ano da Fé”, mas bem podendo aliás ter retomado as consagradas e programáticas palavras do pórtico da Gaudium et Spes, ou finalizado com a retoma dos gestos reiterados na “Mensagem dos Padres do Concílio ao Mundo” (em Novembro de 1962), para uma urgente atenção prática, denúncia profética, comprometimento alternativo, generosidade e partilhado testemunho de Fé e de Vida autênticos, face às alegrias, esperanças, tristezas, angústias, misérias morais, sofrimentos e aspirações dos Homens e dos Povos, do nosso e de todos os tempos…
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Publicado em "Diário Insular" (Angra do Heroísmo, 13 de Outubro de 2012):
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