DOIS RELATÓRIOS LETAIS
A Praia da Vitória está
manifestamente atolada num perigoso paul,
cujas verdadeiras e reais dimensões histórico-políticas, socioeconómicas,
financeiras e estruturais não podem ser escamoteadas a nenhum título nem por
nenhum cidadão ou organismo, sob pena de irresponsável cobertura, indigna
conivência, abdicação de leitura e cidadania críticas, ou desonroso
silenciamento dos mais elementares deveres e direitos de participação
consciente e livre na vida actual e nos rumos determinantes do futuro colectivo
e individual das nossas comunidades de origem ou adopção, suas organizações e
seus múltiplos corpos sociais e políticos (aí incluídos todos os partidos).
– Assim, diga-se já, sem
timoratos subterfúgios ou acomodados expedientes, que os dois últimos Relatórios vindos a público e
respeitantes à Praia da Vitória constituem documentos altamente letais ou, pelo
menos, dolorosa e penosamente confrangedores, quando não até comprometedores e vergonhosos para a sua
população, para os seus órgãos representativos e – mais ainda – para os seus
instalados governantes, putativos dirigentes, líderes e demais agentes e
actores institucionais!
Na verdade, como se não bastasse
o Governo Regional dos Açores (1) – a propósito da anunciada e próxima visita de uma delegação económico-militar norte-americana à Base das Lajes – ter
vindo, com todas as letras oficiais, classificar de mentirosas, ou falsárias,
as abusivas e imprevidentes declarações do prezado, mas politicamente incauto,
jovem presidente da Câmara da Praia da Vitória (2), – agora foi a vez do Tribunal
de Contas competentemente emitir uma arrasadora e impiedosa Auditoria (3) sobre o calamitoso estado financeiro e a gestão
político-económica daquela autarquia terceirense, desmontando contas,
desnudando erros e escalpelizando verbas, riscos, escritas e contos e descontos
de palmatória ou leviano manejo de enquadramento legal, para – sem apelo nem
agravo, nem encobrimento possível… – fazer a síntese criteriosa da dramática
situação ali comprovada, pura e simplesmente deste feitio e nestes termos:
–“ A
dinâmica imprimida à gestão orçamental no triénio 2009-2011, caracterizada por
significativos défices, é incompatível com a evolução controlada da dívida
municipal e com a reposição do equilíbrio das finanças municipais a curto
prazo”! E para dizer tudo, por ora – estando o texto integral do resultado da
Auditoria disponível na Página do Tribunal de Contas, em http://www.tcontas.pt/
–, isto basta...
Quanto ao outro “Relatório” – não
menos aflitivo, humilhante (quase patético!) e penalizador para a imagem, as compreensíveis mas bem mal fundamentadas (contra)argumentações,
razões e pretensões, realidades objectivas, interesses pragmáticos e direitos
da governação e da soberania portuguesa (e norte-americana…), a par das diferenciadas expectativas e contrapartidas
legítimas para a Praia da Vitória, para os Açores e para Portugal –, ficará o
mesmo para a semana, que o dito não perde pela demora na leitura e na sua
conveniente, merecida e pendente análise!
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(1)http://www.azores.gov.pt/GaCS/Noticias/2013/Janeiro/Esclarecimento+do+Governo+dos+A%C3%A7ores+sobre+visita+de+empres%C3%A1rios+dos+EUA.htm.
(2)http://www.acorianooriental.pt/noticia/governo-espera-que-empresarios-potenciem-valencias-da-base-das-lajes.
(3)http://www.tcontas.pt/pt/actos/rel_auditoria/2012/sratc/audit-sratc-rel016-2012-fs.shtm
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(1)http://www.azores.gov.pt/GaCS/Noticias/2013/Janeiro/Esclarecimento+do+Governo+dos+A%C3%A7ores+sobre+visita+de+empres%C3%A1rios+dos+EUA.htm.
(2)http://www.acorianooriental.pt/noticia/governo-espera-que-empresarios-potenciem-valencias-da-base-das-lajes.
(3)http://www.tcontas.pt/pt/actos/rel_auditoria/2012/sratc/audit-sratc-rel016-2012-fs.shtm
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Publicado em RTP-Açores:
Azores Digital:
e Jornal “Diário dos Açores” (Ponta Delgada, 20.01.2013).
Outra versão em “Diário Insular” (Angra do Heroísmo,
19.01.2013).