Artes & ofícios da FLAD
A Fundação Luso-Americana para o
Desenvolvimento (FLAD) é uma “instituição portuguesa”, “de direito privado”, “financeiramente
autónoma” e tendo por missão “contribuir para o desenvolvimento de Portugal,
através do apoio financeiro e estratégico à cooperação entre a sociedade civil
portuguesa e americana”.
– Olvidando sucessivas
reivindicações para que se inaugurasse aqui uma secção (“consular” ou adido “gabinete de negócios”), a FLAD
continua porém a manter-se instalada apenas em Lisboa, embora (devido à
diligente influência de Mário Mesquita) tenha vindo a aumentar presença e protocolos
com e nos Açores (projectos de estudo, edições culturais e académicas, bolsas,
fóruns, etc.).
Criada em 1985, a FLAD nasceu para
promover relações Portugal-EUA, pelo que, dotada de cabedais financeiros e
patrimoniais vastos – a partir de um pecúlio inicial (85 Milhões de Euros), constituído
“através de transferências monetárias feitas pelo Estado Português, e
provenientes do Acordo de Cooperação e Defesa entre Portugal e os EUA (1983)”,
isto é, fundamentalmente, ao abrigo
ou à sombra, da Base das Lajes! –, a Fundação
declara viver, desde 1992, “exclusivamente do rendimento do seu património” (do
qual consta uma “Colecção de Arte” e outros valores que recentemente reacenderam
polémicas à volta de Machete e de velhos dissídios
gestionários entre tutelares agentes
e diplomáticos parceiros envolvidos nesta
selecta agremiação).
Ora a FLAD, ao sabor de novos alinhamentos e agenciamentos
político-governamentais luso-americanos, está em parto de profundas recomposições
executivas, curadoras, técnicas e individualmente representativas, conquanto quase todas e todos ali se afigurem (ou não!?) pouco claros, definidos e
justificados…
– E é por isto tudo, e porque o assunto diz respeito aos soft, material andstrategic powers dos USA em Portugal (e nos Açores por maioria de razão e valias), que não podemos (ou não deveríamos) neste cenário continuar a figurar com máscaras dissimuladoras, ou (pior ainda) “de tanga”, tal como não deveríamos contentar-nos, pedintes e ignorantes, com os restos de não sei que hodierno discurso e pacote people-to-people!
_____________
Em Jornal "Diário Insular" (Angra do Heroísmo, 30.11.2013):
Azores Digital:
RTP-Açores:
Jornal “Diário dos Açores” (Ponta Delgada, 03.12.2013):