Ordem para Destroçar!
– Não há dúvida que causou muito alvoroço
a Entrevista do Tenente-General José Eduardo Garcia Leandro a Maria Flor Pedroso
na Antena 1, podendo ser consultada aqui:
http://www.rtp.pt/antena1/?t=Entrevista-a-Garcia-Leandro.rtp&article=7432&visual=11&tm=16&headline=13
http://www.rtp.pt/antena1/?t=Entrevista-a-Garcia-Leandro.rtp&article=7432&visual=11&tm=16&headline=13
Decorrido pouco tempo sobre a
oportunidade que tive de escutar a sua distinta intervenção da Sessão de Homenagem
(Lisboa, 25.11.2013) ao General Ramalho Eanes, foi novamente com atenção e
agrado que pude seguir esse frontal depoimento, atendendo tanto à conhecida
personalidade e distinta folha de serviços técnico-militares,
político-institucionais e académicos daquele ilustre Oficial General, quanto ao
bem pertinente conteúdo das suas análises sobre a vida do nosso País.
– Nascido em Luanda (1940), aluno
do Colégio Militar (1950-57), tendo servido em Angola (1962/64 e 70/72, Guiné
(65/67) e Timor (68/70), o TGEN Garcia Leandro
foi ainda Governador de Macau (1974/79).
Professor dos Institutos de
Estudos Militares, Ciências Sociais e Políticas, Ciências de Informação e
Administração, e das Universidades Nova, Autónoma e Católica; Director dos Altos
Estudos Militares; Vice-Chefe do EME; Director do IDN e Presidente do Conselho
Coordenador do Ensino Superior Militar, Garcia Leandro desempenhou altas funções
junto da NATO e como Comandante da Componente Militar da Missão ONU para o
Referendo no Sahara Ocidental (MINURSO).
– Investigador e especialista em Estratégia,
Relações Internacionais, Gestão de Crises e Missões de Apoio à Paz, este Tenente-General
do Exército é também autor de diversos estudos, ensaios, artigos e livros sobre
Sistemas Colectivos de Segurança e Defesa Nacional.
O General Garcia Leandro é ainda prestigiado Membro do Conselho de Curadores do
IDP – Instituto da Democracia Portuguesa (http://idportuguesa.pt/), participante em
inúmeras acções no âmbito deste Instituto e seu representante na PASC (Plataforma Activa da Sociedade Civil).
Ora de todas as matérias abordadas na referida Entrevista (na quase totalidade sobre os múltiplos, interligados e graves problemas com que se debatem a Instituição Militar e os militares portugueses, no quadro geral da organização, funcionamento e responsabilidades do Estado...), acabaram por ganhar destaque político-mediático as duríssimas (impiedosas!) críticas que o General Garcia Leandro fez ao Ministro da Defesa, acusando-o de falhar “em tudo”, e dando conta, alegadamente confessada pelo próprio, do seu – dele, Aguiar Branco, evidentemente – total desconhecimento e impreparação para o cargo que agora ocupa, porquanto o mesmo Ministro de Passos e Portas até lhe teria mesmo confiado que de Defesa nada percebia, coisa que, branco no cinzento, logo o seu gabinete veio mesmo jocosamente desmentir, nos seguintes termos:
– “O
ministro da Defesa Nacional teve o prazer da sua companhia uma única vez, ao
longo do mandato e em momento algum foi proferida a frase que bombasticamente
lhe é imputada ou as restantes considerações relatadas pelo senhor
Tenente-General”!
E
depois, mais ironicamente ainda se adiantou:
– “O
Tenente-General Garcia Leandro não é seu assessor, amigo pessoal ou
confidente", e "reconhece[-se] não ter sido possível acomodar, no
processo de reforma em curso, as muitas vontades do senhor Tenente-General mas
lembra[-se] que não é ministro com a tutela das preferências pessoais do senhor
Tenente-General Garcia Leandro"...
De facto, o assunto, como ali foi
dito, não passaria de azedas trocas de acusações por entre “asneiras” em série
de uns e justificadas “desesperanças” de outros, não fosse o muito descontentamento
que pelas nossas competentes Chefias Militares e pela actual Defesa Nacional vai
marchando e desfilando, desde surpreendentes escolhas paisano-partidárias (como
a de Berta Cabral – por muito que nos custe dizê-lo aqui... – que também deve
perceber tanto – ou um pouco mais? – de Defesa que Aguiar Branco...), até às negociações
político-diplomáticas e militares que envolvem Acordos de Cooperação
internacional por conta (e risco!) da Base das Lajes... –, porém igualmente passando
pelas rebaixadas carreiras, recursos e periclitantes assistências aos militares
e ex-combatentes –, de tal calibre que, por estas e equiparadas manobras, sem
sequer ser preciso consultar, entre outras, a AOFA (Associação de Oficiais das
Forças Armadas), com novas e acrescidas evidências diárias e em crescendo... se
comprova que estamos mesmo bem entregues
e defendidos, como País “soberano” e como Região “autónoma”, sem qualquer
dúvida e com certeza, na casa portuguesa, nos quartéis e nas casernas guardadas
por estes graduados e arrogantes políticos de punho de papelão...
– Ou não será que a estes rasos,
sem continência sequer, mandá-los já destroçar da parada governamental em
Lisboa, ainda era pouco?!
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Em RTP-Açores: