A Dança das Danças
Merece leitura, reflexão e
respeito a recente Entrevista que Mário Cabral (MC) concedeu ao jornal "Diário Insular" (DI) no passado dia 9 de Setembro.
– Seu amigo e vizinho em S.
Mateus (onde, tal como na minha Praia, não se tolera que nos vomitem à porta ou
conspurquem os barcos...), partilho com MC a fé e a inteligência da fé do
Cristianismo e o gosto por Filosofia, Literatura, Teologia e Arte, apesar das
diferentes formações e linhas de pensamento e acção; todavia, reconheço-lhe
seriedade pessoal, integridade e nobreza de carácter, assumpção de crenças e
ideias próprias, qualificação intelectual e méritos académicos e profissionais.
As lúcidas respostas de MC às
pertinentes e incisivas perguntas do DI mostram íntegro entendimento da complexa e articulada conjugação das
problemáticas ali em presença (situações e valores culturais, religiosos,
civilizacionais, artísticos, simbólicos, museológicos, memoriais, patrimoniais
e identitários), para além – evidentemente – de complementares questões cívicas, de ética social, responsabilidade institucional
e de política e gestão públicas da
Cultura e da Educação (escolar e de cidadania!).
Porém essa Entrevista, que em
consequência mais deveria ter sacudido
e despertado já, contra incríveis alheamentos político-parlamentares e governamentais
que persistem, a reabertura e resolução imediatas do inadmissível
protelamento do velho e pendente imbróglio
jurídico-político que se arrasta há décadas sobre o Museu de Angra e a
igreja de Nossa Senhora da Guia (conforme competentemente historiado e clarificado pelo Dr. Álvaro Monjardino, em 05.02.1994,
num Parecer talvez (des)conhecido
e/ou ainda recordado pela Administração Regional e pela Diocese)...
– Mas se muitos dos alheados cidadãos e medíocres agentes e actores partidários (medrando
nesta indigente sociedade), a par de outros tantos cegos e néscios clérigos (que por aí pastoreiam rebanhos
de fiéis abúlicos ou sonâmbulos (sem liderança
nem pastores à altura), conscientemente pensassem
e agissem mais, dançando menos na corda bamba dos seus larvares umbigos ou
no varão das suas infecundas cobardias, talvez nunca tivéssemos chegado aos
escândalos, afrontas, impunidades e impasses que a todos agora comprometem,
revoltam e envergonham!
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Em "Diário Insular" (Angra do Heroísmo, 13.09.2014):
Azores Digital:
e RTP-Açores: