As Menoridades Políticas
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Na sequência de uma série de exibições confrangedoras – que deram
“brado”, hilaridade e até tiveram o condão de gerar “muito respeito pelo
sofrimento [e] eventualmente pelo desespero de todo o ser humano” (sic), na
forma, conteúdo e gestão de causas e matérias sobre as quais, com improvisada
sebenta na mão e dedinho ao alto (em “portantos” de evidente insegurança) se
foi sentenciando... –, um novel secretário “socialista”, com tiques de cátedra
e cara de caso (depois de passar atestados
de menoridade aos seus antecessores na tutela que provisoriamente detém), resolveu
por estes dias elencar consabidos e recorrentes “temas nobres” de Educação e
Cultura, não se coibindo, ao final, de ajuizar que “a nossa sociedade, toda
ela, e a nossa comunicação social, que, obviamente, brota dela, tem quase
sempre preferência por questões bem menores, que não contribuem para a promoção
de todos nós”.
E logo depois, resguardando-se, lá
aquilatou que “entre essas questões está naturalmente a questão do Museu de
Angra do Heroísmo”!
– Mas terá Avelino Meneses razão
ao garantir não só a substancial menoridade
efectiva dessa pendência, quanto a real e seriada insignificância que a mesma tem para a confiada sustentação e/ou inocentada recondução (mandada assumir depois da
alegada cegueira?) de vários dos lugares-tenente da turma governamental com que
Cordeiro e Ávila tem presenteado os Açores?
Porém, talvez que em breve o caso
(sem falar nas demandas do Tribunal de Contas...) vá mudar de figura com a aguardada
Audição Pública de Fagundes Duarte já
prevista para a semana e convocada (face às arrenegas de parte do PS e suas
eventuais e hipotecadas muletas) por uma meritória
e ampla frente político-parlamentar
regional (accionada com seriedade por António Ventura), e que se espera consiga
apurar a verdade e alcance dos
documentos, contornos e actos nos quais estão directa ou indirectamente
implicados esconsos próceres e rasteiros protagonistas de um vasto
e nebuloso imbróglio que nada tem de
“menor”, a não ser no ínfimo grau de responsabilidade democrática e cívica, abjecta
falta de ética política e corruptiva
impunidade jurídico-administrativa e partidária onde alguns o querem
arrumar!
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Em "Diário Insular" (Angra do Heroísmo, 15.11.2014):
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