Os Ares do Poço
________________________
________________________
O título desta Crónica bem que
poderia ter sido uma paráfrase da expressão que acabou por constar na
formulação deste e dos assuntos visados – embora mais pensados a propósito dos poços de ar que vem perturbando as rotas e rotos planos de voo da política aérea e da aérea política nos Açores (novamente geminados com as velhas e exauridas
asinhas do mesmo ou idêntico rasteiro distintivo recorrentemente encenado como promissor e prometeico projecto histórico-político regional)...
Mas vem isto também a propósito
de tudo o que temos visto dito abertamente,
ou implicitamente escrito (quando não
sussurrado ou tacitamente subscrito) nos OCS e nas Redes Sociais, na precisa
altura em que a ditosa TAP (de modo manobrista, velhaco, oportunista e
socialmente repugnante!) confirmava ir perpetrar greve de vários dias em cima
da época de Natal, com uma ensaiada cantilena
político-sindical e supostamente patriótico-administrativa e financeira, dita
“contra a privatização” da empresa e sob invocadas razões de algum “não
cumprimento” de um misérrimo ou miserabilista caderno de encargos laborais, certamente
muito penalizadores tanto para as suas perfumadas, elegantes e gentis
tripulações e demais serviços de cabine, como para os restantes sectores de tão
lucrativa companhia de bandeira lusa,
à qual, como é sabido, todo o país e ainda mais os Açores devem favores e
graças e horários e tarifas e parcerias e transparências só equivalentes àqueles
que os abertos céus e as bolsas das ilhas (e os favores e contra-favores dos
governos e dos orçamentos de cá e de lá) lhes tem generosamente concedido...
– Felizmente, desde há décadas, com
destaque para o jornal “Diário Insular” (a par de “A União”, do Rádio Clube de
Angra, do “Jornal da Praia” e do “Directo”...), ambos os temas tem sido
enfrentados com frontalidade, perante cumplicidades
e cobardias de tantas outras vozes
políticas e sociais terceirenses já
reduzidas a simples ecos de um
estagnado poço sem fundo, que afinal
a todos os Açorianos envergonha e
prejudica, apesar de às vezes traduzir mesmo a merecida paga pela total
ausência de consciência e de horizontes de futuro (e até de passado!) a que
parecemos de novo condenados.
_______________
Em Azores Digital: