Uma Dança de Cadeiras
Berta Cabral, ao ser confrontada
– e fazendo frente a um gesto-alvitre nada
inocente… – com a possibilidade de Maria do Céu Patrão Neves poder vir a
deixar o lugar para que foi eleita (como é sabido, na altura em substituição
inusitada, forçada e então muito mal aceite no PSD-A, de Duarte Freitas), de
modo a vir a integrar um eventual futuro executivo regional, logo se apressou a
afastar tal hipotético cenário,
dizendo mesmo que a actual deputada europeia permaneceria mas era muito bem onde presentemente está, e
que, portanto, o seu casual ingresso
num governo do partido de Passos Coelho nos Açores, presidido por si, lhe estaria vedado!
O caso, por si apenas, não traz
novidade nenhuma e tem importância nula para a governação açoriana, qualquer
que ela venha a ser, até porque Patrão Neves, quiçá injustamente, nunca foi
figura muito implantada no PSD local, por razões e impressões pessoais, até
talvez de uma certa inveja ou ciumeira pouco abonatórias, mas acima de tudo
porque muitos sociais democratas açorianos ainda
não se esqueceram de todo o processo que levou à candidatura europeia daquela
predilecta mandatária e conselheira de Cavaco Silva…
– Por outro lado ainda, a ninguém
que a conheça minimamente passará pela cabeça imaginar aquela tão activa,
insinuante e cativante nova especialista e tirocinada em Agricultura e Pescas,
depois da sua tão fulgurante carreira política nacional e internacional,
regressando a prazo, de pastinha debaixo do braço, aos seus pequenos, conquanto
luzidios, canteiros departamentais e intelectuais púlpitos na UAç…
Porém e seja lá como for que as
coisas andem ou desandem nos jogos
internos de uns e outros, o que importa retirar da lógica inerente a estes
sinais e premonitórias peripécias – e nisso Berta Cabral tem toda a razão! – é
que, mais do que antecipar ou atender a ensaios
de dança para certas cadeiras do
poder, valerá pensar, fazer pensar, decidir e trabalhar autenticamente
para os Açores e com os Açorianos – com verdade, inteligência, isenção e generosidade
– naquilo que a Autonomia, a Democracia e o Desenvolvimento de nós exigem
renovadamente hoje, deixando o resto e o ajuste das contas da mercearia insular
para segundo plano de intenções, ou para o balcão do fundo da loja…
– Se é que esse inferior nível de
compra e venda de títulos passageiros e bugigangas institucionais já não
desterrou ou usurpou de vez, em todos os partidos e nas suas listas (negras ou em
branco, tanto faz…), a real importância de tudo o mais e do melhor que, desse
outro modo irracionalmente enquistado, civicamente obscurantista e
político-partidariamente degenerado, com toda a certeza lhes faltará sempre em
créditos, credibilidade e mérito!
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