Uma Caixa de Pandora?
1. Não havendo necessidade de referir os nomes próprios (aliás de reputação
e abonos bem díspares…), entidades de alcunha e abençoadas filiações (com frentes
e tachinhos de barro umas, e testas e caçarolas de ferro outras, mas todas e
todos tangendo a mesma caixinha registadora e de música curricular, técnica e
historicamente conhecida…), que na Santa Casa da Misericórdia de Angra do
Heroísmo e na sua Caixa Económica da Misericórdia (CEMAH) directa ou
indirectamente nestes problemáticos dias estão calculando jogos, disputando balanços,
agitando pessoas e arregimentando programas, interesses, tácticas diversas e
divergentes estratégias – conforme já contabilizado mediaticamente e em
bastidores e gabinetes gestionários de múltiplos mas confluentes domínios,
parcerias e áreas de intervenção económico-financeira, empresarial, comercial,
laboral, assistencial-caritativa, formativo-educativa e associativa) –, e assim
mais importante do que fazer também análise minuciosa, ou desmontagem, de tão
marcante acontecimento actual da sociedade terceirense, importará certamente registar
aqui e ali a existência de complexas linhas
de força real e simbólica, cada qual com alcances institucionais e societários concretos e precisos (embora
nem sempre politico-económicamente evidentes ou muito imediatamente transparentes).
2. Fundada em 1896 – na sequência de uma ideia do então Governador
Civil de Angra, Afonso de Castro, um político continental (Lamego, 1824 - Leiria,
1885), militar, deputado e administrador colonial que havia exercido idêntico
cargo em Timor e na Madeira –, a CEMAH viria a assumir, por mão de
empreendedoras elites locais, primordial importância e crescente e relevante
papel “não só no desenvolvimento da actividade bancária regional mas,
sobretudo, no auxílio à realização dos fins sociais” na Terceira e restantes ilhas
do grupo central (para onde se expandiu a partir de 1979, conquanto hoje, com
dimensão e presença açoriana consolidadas, em já anunciada extensão para a
praça e os balcões de Lisboa).
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Outra versão em "Diário Insular" (Angra do Heroísmo, 07.12.2013):