As máscaras da Praxe
Quando comecei a escrever esta
Crónica estava agendada no Parlamento a discussão de 2 Projectos de Resolução (um
do BE [1] – de 30.01, retomando o então chumbado em 2008; outro do PSD-CDS/PP – datado
20.02), ambos recomendando ao Governo a adopção de novas e moralizadoras medidas e a realização de um actualizado estudo com vista a mais profundo e alargado conhecimento das
actuais “Praxes Académicas”, naturalmente com o esperável accionamento de regulamentações específicas, tanto mais
urgentes quanto aqueles Projectos constatavam as múltiplas vertentes éticas, legais, cívicas, associativas,
psico-comportamentais – e mesmo político-institucionais! – que confluem na
grave matéria conhecida e apurada em
prévios trabalhos de investigação (por
credenciados cientistas sociais como Elísio Estanque, Arriscado Nunes, Rui
Bebiano, Maria Eduarda Cruzeiro, Aníbal Frias, Álvaro Garrido, Miguel Cardina e
Rita Ribeiro) e também diária e frontalmente denunciada em inúmeras análises
e opiniões críticas (Pacheco Pereira, João Vila-Chã, Laura Ferreira dos Santos,
Carlos Corrêa, Daniel Oliveira, etc.), e tal como ainda constava de idêntica reflexão
apurada nos Relatórios oficiais do Observatório dos Direitos Humanos (2010) e
da própria Comissão de Educação e Ciência da Assembleia da República (2008).
– Ora no caso da Proposta do BE fora
a mesma entretanto até acompanhada de uma exemplar Moção subscrita por
distintas personalidades da nossa vida académica, cultural, científica e
artística (*)...
Porém, tudo testemunhos, factos e
conteúdos apesar dos quais o documento do BE foi agora novamente chumbado na AR (apesar de 4 deputados centristas terem votado a favor dos pontos 3 e 4 do texto)! (**)
–
Voltarei ao tema, passada esta veleira quadra de disfarces, máscaras, catarses
e outras folias bailáveis, mais ou menos popularmente inocentes, divertidas ou (in)sondáveis,
apesar, ou talvez exactamente devido à certeza das fatídicas cinzas que continuarão a atirar-nos aos olhos e à submissa
e artificialmente pacificada cerviz do nosso chocarreiro e efémero quotidiano,
já praxado a prazo certo...
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[1]http://app.parlamento.pt/webutils/docs/doc.pdf?path=6148523063446f764c3246795a5868774d546f334e7a67774c336470626d6c7561574e7059585270646d467a4c31684a535339305a58683062334d76634770794f5449354c56684a5353356b62324d3d&fich=pjr929-XII.doc&Inline=true
[2]http://app.parlamento.pt/webutils/docs/doc.pdf?path=6148523063446f764c3246795a5868774d546f334e7a67774c336470626d6c7561574e7059585270646d467a4c31684a535339305a58683062334d76634770794f5459334c56684a5353356b62324d3d&fich=pjr967-XII.doc&Inline=true
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(*) http://www.esquerda.net/artigo/bloco-recolhe-apoios-%C3%A0-iniciativa-para-p%C3%B4r-fim-%C3%A0-viol%C3%AAncia-da-praxe/31515;
http://www.esquerda.net/dossier/praxes-humilha%C3%A7%C3%A3o-e-impunidade/31285
RTP-Açores:
http://tv2.rtp.pt/acores/index.php?article=35558&visual=9&layout=17&tm=41,
e "Diário dos Açores" (Ponta Delgada, 04.03.2014):