Desassombros e Assombrações
________________________________________________________
________________________________________________________
O que se passou no Museu de Angra
com o fatídico episódio das “danças”,
e tudo o que a partir daí veio à baila político-institucional e ao conhecimento
e debate públicos, revela uma série de (des)assombros e algumas renitentes e
persistentes assombrações (vocábulo que
lembra um talentoso livro de Fagundes Duarte...).
– Ora também a ensombrar esta trama de indícios, factos e
acontecimentos (em crescente mediatização e doravante não escamoteáveis) estão
sequenciais reportagens e notícias
vindas a lume após a “audição”
parlamentar à qual, por justificada iniciativa
do PSD, foi levado Avelino Meneses.
Assim, perante esses dados – no
sentido do apuramento da verdade integral e da transparência dos actos políticos e
pessoais deste imbróglio, e acrescidamente na medida em que começaram a ser parcialmente divulgados o teor genérico e a nula lisura do lacunarmente admitido
percurso político-administrativo e
jurídico do dito Parecer (da
autoria do ainda DRC!), e o assumido Despacho do ex-secretário da tutela
sobre a mesma substância –, agora devem ser colocadas, ao menos, as seguintes questões:
– 1. Quais, de que tipo e envolvendo que entidades foram as aludidas prestações do director do Museu
à Câmara da Madalena, no projecto das “Memórias da Casa do Canal”?
2) Em que moldes e/ou porque que (não?) foram accionados os
disponíveis mecanismos
político-administrativos ou
inspectivos para apuramento de responsabilidades “disciplinares”, ou outras
de índole alegadamente “ilegal” ou
“ilícita” (porém, segundo tenta dizer-se hoje, ocultadas ou já prescritas)?
3) Foi ou não dado conhecimento
superior (político-governamental) – a quem, e com que acolhimento ou inviabilização?
– do constante no Parecer e no Despacho em causa?
4) Confrontando-se as ditas incriminações
feitas pelo actual DRC com o dossier curricular
do seu antecessor (nomeado por Carlos César...), poderão ainda existir outras
actividades, estatutos ou desempenhos institucionais seus, na Região ou fora
dela, (in)compatíveis e/ou entretanto não apurados?
5) Que relevância, objecto ou veracidade terão as acções, em hipotético processo, envolvendo alvitradamente
a DRC e o Tribunal de Contas?
6) Que espera o PS ganhar, ou quem espera incautamente proteger a
termo, tentando silenciar o seu ex-secretário Fagundes Duarte?
_______________
Em "Diário Insular" (Angra do Heroísmo, 24.10.2014):
RTP-Açores:
Azores Digital: