O Pós-Carnaval da Saúde
Não fora possível ter-se visto na
RTP-A tão bem apanhada peça pós-carnavalesca como aquela que presenciámos outro
dia durante um assombroso debate sobre a Saúde no Arquipélago, apesar – como se
tornou mais uma vez evidente – da gravidade do assunto, da complexidade do
enredo e do vário talento profiláctico dos protagonistas (conquanto apenas um
deles em boa verdade tenha estado à altura – e com que celsitude de
desfaçatez... – do papel que nesta quadra lhe assentou que nem perfeita mistura
de luva cirúrgica e máscara burlesca para retrato fiel do vigente e peganhento
látex governamental em funções).
Todavia, motejos à parte – que a
história é dolorosa! – por hoje apenas fica a dúvida sobre qual terá sido a
fina cachola (de se lhe tirar chapéu de plumas a toque de pandeiro, quando não
por obra de Deus...) que se terá
lembrado, nas “urgências” e bailaricos desta governação, de escolher tal
secretário “socialista” (Luís Cabral) para tão alevantado (e falhado!)
exercício de cargo – e que amanhã lá o segurará por certo, mesmo depois daquele
(i)memorial fiasco a toque de sirene e alarme de fundo, sobre o caos e o vácuo reinantes na (des)governança
de Cordeiro e na Saúde dos Açores, como excelentemente demonstraram Rui
San-Bento, Artur Lima, Luís Maurício e Tiago Lopes, ao fazer-lhes a ficha e a folha político-clínica, num
bem preciso, desmascarante e
indesmentível diagnóstico pós-carnavalesco!