Os Procuradores da Política
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Não há muito tempo – embora a
história venha do século passado, quando a maioria da actual turma de rapazes e
raparigas mandantes da política nacional, regional e local ainda (ou já,
conforme...) andava de fralda, de bibe ou gatinhando nos jardins e antecâmaras
de infância e juventude –, que era comum ouvirmos e também usarmos nas sessões
então ditas “de esclarecimento” e nos comícios partidários uma sugestiva e pedagógica imagem, com a
qual tentávamos provocar e ajudar a reflexão
pública e privada dos eleitores sobre as suas possíveis opções e varridelas
em escorregadios terrenos de voto...
Ora essa mensagem, pese embora a
sua muito simples estrutura de
significação, era amiúde perfeitamente entendida por muitos no seu profundo conteúdo social e ético, por mais
diferentes que fossem, ou quantos mais fossem, os delegantes potenciais e os
putativos candidatos ou delegatários das
coisas ali em delegação séria, – analogia
feita, ao final de contas e como sugerido, por maioria de razão, com o que se
deveria exigir aos agentes e actores sociais quando investidos de representação política!
E logo assim a conclusão, para o
senso comum – sem ser preciso aprofundar muito a boa Ética e a sã Filosofia que
lhe estão subjacentes – era bem clara, como imediatamente também hoje vale e
distintamente se percebe:
– Quem não serviria para nosso procurador pessoal, também não prestaria para nosso representante
a votar em Eleições!
Promissor tema este, sem dúvida, e
em adequada ocasião para recomeçarmos a olhar para as listas que as máquinas
partidárias (a mando de alguns dos tais antigos
infantes e novos compadres e comadres regentes desta pobre “democracia”
caseira) nos vieram já barganhar à porta, patinando na mais atrevida prosápia e
no pressuposto (às vezes infelizmente verdadeiro!) de que somos gente sem memória e sem entendimento, que nem
para ser esclarecida e defendida se mobiliza e presta, – tão amorfa e
voluntariamente se deixou moldar, e que tão cegamente poderá tornar a escolher,
a seu traslado, os procuradores da
sua própria ruína histórica, da sua menoridade mental e da sua continuada
exploração sistemática, para lucro
calculado e impunidade festiva de
uns poucos...
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Em “Diário dos Açores” (Ponta Delgada, 01.08.2015):
e RTP-Açores:
Outra versão em “Diário Insular”,
Angra do Heroísmo, 01.08.2015):
Angra do Heroísmo, 01.08.2015):